Celso Cunha
O professor, gramático, filólogo e ensaísta nasceu em Teófilo Otoni, Minas Gerais, em 1917. Começou a lecionar com 17 anos. Licenciou-se em Letras em 1940, na Universidade do Distrito Federal (UDF). Escreveu ensaios com reflexões sobre a língua portuguesa e diversas gramáticas, das quais a última e mais aprofundada obra foi a Nova gramática do português contemporâneo, escrita em colaboração com Luís Filipe Lindley Cintra.
Com o ensino e a política na tradição familiar, ele próprio desempenharia alguns cargos públicos como os de diretor da Biblioteca Nacional (1956-9) e secretário de Educação e Cultura da Guanabara (1960). Foi incumbido da revisão do texto da constituição do Brasil (1988).
Sua carreira docente se desenrolou em várias escolas nacionais e estrangeiras, o reconhecimento do seu saber e a extraordinária disponibilidade para comunicar os resultados das suas investigações in progress levaram-no a diversas partes do mundo para falar de crítica textual ou de lingüística histórica do Brasil, do proto-crioulo português ou de poética camoniana, de versificação trovadoresca ou de diassistema e língua literária, de scripta medieval galega e portuguesa ou da caracterização sociolingüística do Nordeste brasileiro. Trabalhava sobretudo de noite, em sua biblioteca, na companhia de mais de 30 mil volumes, encadernados em couro-de-cabra e papel marmoreado francês. Só descansando depois da alvorada. Em 13 de agosto de 1987, foi eleito para a cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro, em 14 de abril de 1989.
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