Mario Benedetti
Nasceu em Paso de los Toros, a 200 quilômetros ao norte de Montevidéu, em 14 de setembro de 1920. Sua família mudou-se para Montevidéu em busca de uma vida melhor. O pai, farmacêutico, perdera tudo o que possuía.
Aos 8 anos Benedetti ingressa no Colegio Alemán – uma instituição reconhecida pela sua qualidade – até o início do nazismo, quando seu pai, contrário a esse regime, o transfere para outro colégio. Essa experiência pode ser conferida no livro Gracias por el fuego (1965), no qual o personagem Ramón Budiño relata os castigos que recebeu quando estudava no mesmo Colegio Alemán.
Entre 1938 e 1941, Benedetti reside a maior parte do tempo em Buenos Aires e, em 1945 passa a integrar a redação do celébre semanário Marcha – sua grande escola de jornalismo –, onde permanece até seu fechamento, em 1974. Também em 1945 publica o primeiro livro de poemas, La víspera indelible, que nunca foi reeditado.
Em 1946, após alguns anos de noivado, se casa com Luz López Alegre, sua companheira durante toda a vida. E, nos anos seguintes, se alterna na direção das revistas literárias Marginalia e Número. Em 1948 publica o volume de ensaios Peripecia y novella e, um ano depois, seu primeiro livro de contos, Esta mañana.
Seu primeiro envolvimento político ocorre no ano de 1952, quando participa ativamente do movimento contra o Tratado Militar com os Estados Unidos. No ano seguinte publica Quién de nosotros, seu primeiro romance. A primeira viagem à Europa ocorre em 1957 – Benedetti visita então nove países como correspondente de Marcha e El Diario. Em 1959 aparece o volume de contos Montevideanos, peça chave de sua narrativa de concepção urbana e local. Um ano depois publica La tregua, seu romance mais conhecido, e El país de la cola de paja, um ensaio sobre a crise pela qual seu país atravessava.
Em 1965, mesmo ano de Gracias por el fuego, começa a escrever críticas cinematográficas para o jornal La tribuna popular. Logo depois vai a Paris, onde fica por um ano. Em 1967 publica Letras del continente mestizo, no qual reúne ensaios e artigos sobre literatura latino-americana. Em 1971 funda o Movimiento de Independientes 26 de Marzo, um grupo que passou a formar para da coalizão de esquerda Frente Amplio.
O golpe militar no Uruguai em 1973 o obriga a abandonar sua pátria. Parte para o exílio e passa por diversos países (Argentina, Peru, Cuba) até chegar na Espanha. Após longos dez anos, retorna a Montevidéu, e passa a fazer parte da diretoria da nova revista Brecha – continuação do projeto da revista Marcha.
As publicações se sucedem: Con y sin nostalgia, (contos) e La casa y el ladrillo (poemas), de 1977; Pedro y el Capitán (teatro), de 1979; y Cotidianas (poesia); Viento del exílio (poesia), de 1981; Primavera con una esquina rota e Cuentos, de 1982; Yesterday y mañana (poemas), de 1988; Despistes y franquezas (contos), de 1989; Las soledades de Babel (poemas), de 1991; La borra del café (romance), de 1993; Canciones del más acá, de 2000; Insomnios y duermevelas, de 2002. Neste ano recebe o título de cidadão honorário de Montevidéu.
Morreu em 17 de maio de 2009, aos 88 anos.
Maurício Bratz
Porto Xavier RS
Seus livros são um encanto. Ao mesmo tempo que trata de assuntos polêmicos e relevantes da época, nos envolve com sua magia e simbolismo de cada personagem e cada capítulo. Vale apena ler suas narrativas e poemas!
30/01/2013
Agatha
Ana Suely Pinho Lopes
Brasília/DF
Apaixonante escritor, sensível, encantador! Sem palavras... Amo seus livros e com ele estou aprendendo a ler em espanhol. Parabéns, eterno Mario!
16/01/2013 10:58:34