PARIS, ONDE AS ILUSÕES SE ACABAM E OS FRACOS NÃO TÊM VEZ
Em nenhum dos seus livros Balzac expõe com tanta intensidade as mazelas e as idiossincrasias da sociedade francesa no começo do século XIX como em Ilusões perdidas. E também é aqui que explode a sua ira contra os críticos literários e setores da imprensa da época.
O interiorano Lucien de Rubempré, “belo como um deus grego”, apresenta no começo deste livro a pureza idealista de um poeta romântico, talentoso e ingênuo. Sabendo-se privilegiado pelo dom da beleza e da eloquência, ele quer recuperar títulos de nobreza perdidos pela família da mãe e livrar-se da pobreza humilhante que amarga na província. Assim, ele desenha de forma minuciosa seu caminho para a fama e para a glória, que começa no outro lado da cidadezinha onde vive, na mansão da influente Madame de Bargeton, e prosseguirá necessariamente na selva parisiense, que não perdoa ninguém.
Este livro trata da perda da inocência. É um imenso afresco das fraquezas, mesquinharias e ambições humanas. O retrato duro e magnífico de uma sociedade que engole os fracos, atropela os ingênuos e destrói as ilusões dos tolos e dos idealistas.
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