Anaïs Nin muito cedo entendeu-se como escritora. Aos onze anos iniciou o diário cuja publicação, décadas mais tarde, a tornaria célebre; ainda jovem, dedicou-se à ficção, sobretudo romances e contos eróticos. A celebridade conferida por seus diários, principalmente entre jovens mulheres nos anos 1960, ocasionou inúmeros convites para colaborações, palestras, entrevistas e prefácios.
Esta coletânea, publicada pela primeira vez em 1976 e lançada anteriormente no Brasil como "Em busca de um homem sensível", traz 27 textos selecionados pela própria autora. São divididos em três partes: “Homens e mulheres”, em que trata de feminismo, psique e erotismo feminino, além das relações entre os sexos; “Livros, músicas e filmes”, em que discorre como artista e crítica ao analisar autores como Ingmar Bergman; e “Lugares encantados”, em que relembra em profundidade viagens feitas para o Marrocos, Indonésia e ilhas do Pacífico.
Adepta da psicanálise (foi paciente de Otto Rank, discípulo de Freud) e defensora de um olhar íntimo e pessoal como caminho para o autoconhecimento e emancipação, Nin se revela aqui uma ensaísta apaixonante. Eis aqui um livro de ideias potentes, que desvenda uma pensadora central na história do feminismo e que ainda tem muito a contribuir para o debate sobre identidade, gênero e desigualdade.
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