"William Blake é meu guia espiritual"
Allen Ginsberg
O poeta, pintor e visionário inglês William Blake (1757-1827) é, segundo Jorge Luis Borges, um dos homens mais estranhos da literatura. É, também, uma voz única, inclassificável, profundamente religiosa, porém dona de uma cosmogonia própria, por vezes pagã, que rejeitava dogmas da Igreja e qualquer imposição de autoridade. Blake, o poeta-vidente herdeiro de John Milton, que influenciaria Antonin Artaud, Rimbaud e Aldous Huxley, entre muitos outros, usava uma linguagem poderosa para afirmar sua crença na imaginção do ser humano – ente antes de tudo sensorial, cujas "portas da percepção" não conhecem limites.
Nesta antologia, encontram-se reunidos alguns de seus textos mais célebres, como O casamento do céu e do inferno (publicado em 1794), que imita o tom profético da Bíblia mas expressa a visão personalíssima, revolucionária e romântica que o livre-pensador Blake tinha da vida e do homem. Os poemas, entre os quais o célebre "Tigre", estão apresentados em versão bilíngue.
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