Quando o romance policial encontra a grande literatura
O falcão maltês está no alto do pódio da literatura policial. Mais precisamente da chamada literatura noir, como os franceses batizaram em meados do século XX. O subgênero tinha enredo, trama, mistério, mas também crítica social e um certo pessimismo existencial.
O leitor tem nas mãos um verdadeiro banquete literário. Sam Spade, detetive particular, é um personagem emblemático. Homens duros, mas não raro sentimentais, são sobreviventes num mundo onde a hipocrisia se entrelaça com o sonho americano dos anos 1940 e 1950. Maltratados pelos policiais, eles sabem que tiras não gostam de investigadores particulares, e, neste livro, Dashiell Hammett (1894-1961) mostra o perfeito descompasso entre o que move policiais e detetives na investigação de um crime. Uns servem à lei, e os outros obedecem a um cliente que nem sempre representa a mais nobre das causas. É esse o caso da busca frenética pelo legendário falcão maltês, uma antiga estatueta valiosíssima. O detetive Sam Spade é contratado para achar o tesouro e se vê envolvido numa complexa operação que mistura policiais, clientes e bandidos.
Diálogos perfeitos, personagens bizarros, um clima de desconfiança, a trama complicada – tudo combina. Ao mesmo tempo, o mistério de um brilhante livro policial com as misérias, incertezas e fragilidades da condição humana.
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