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Para ler e-books em português, nada melhor do que tablets nacionais

24/05/2011

- Por Nanni

O elevado preço dos tablets no Brasil ainda é, sem dúvidas, uma das maiores barreiras para o consumo de livros digitais no país. Mas, em breve, isso deve virar passado. Foi divulgada ontem no Diário Oficial da União a Medida Provisória que isenta os leitores digitais fabricados no Brasil de impostos como IPI, PIS e impostos de importação. Na prática, significa uma redução de até 36% nos custos de produção e a consequente diminuição no preço de venda.

Então, todos prontos para entrar de cabeça na era do livro digital? Você pode começar dando uma olhada no catálogo de e-books da L&PM e, se tiver alguma dúvida, consulte a seção de perguntas e respostas sobre livros digitais.

Veja mais detalhes sobre o assunto na matéria a seguir, publicada na edição desta terça-feira, 24 de maio, no jornal Zero Hora:

Brasil tenta baixar preço de tablet

Fabricantes instalados no país terão direito a redução de tributos que deve tornar aparelhos mais acessíveis ao consumidor

Com a redução de impostos sobre tablets, o Brasil pretende virar um jogo em que, até agora, só havia preços altos, escassez de produtos e importação, tanto legal quanto informal. A publicação da Medida Provisória 534 no Diário Oficial da União de ontem abre caminho para instalação de mais de uma dezena de fabricantes no país, com significativa redução de preços para o consumidor.

Quatro aparelhos já são feitos no Brasil e, em tese, seus fabricantes teriam acesso aos incentivos com mais rapidez. A Motorola, que monta no interior de São Paulo um dos modelos mais sofisticados do mercado nacional, avisou já ter enviado requisição ao Ministério da Ciência e Tecnologia para se enquadrar no Processo Produtivo Básico (PPB) e usufruir dos incentivos. No governo, as estimativas de queda de preço variam de 36%, para o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a 31%, para o da Fazenda, Guido Mantega. Especialistas duvidam de tamanha redução.

– O preço não deve cair tanto. Parte deve ser assimilada na indústria ou no varejo. Foi o que ocorreu com a redução de IPI sobre os automóveis, não totalmente repassada ao consumidor – pondera Henrique de Campos Júnior, gerente de mercado e inteligência de negócios da Marco Consultoria.

Ivair Rodrigues, diretor de pesquisa da IT Data, acrescenta que ainda é preciso definir a contrapartida dos fabricantes para ter direito à redução. No caso dos PCs, lembra, para ter o benefício é preciso montar a placa mãe no Brasil e ter índice de nacionalização.

– O preço vai baixar, mas demora até chegar à ponta – explica.

Outra decisão que deve retardar a queda de preço ao consumidor é a redução do imposto estadual, o ICMS. No Rio Grande do Sul, a alíquota já é baixa (7%), e a Secretaria da Fazenda informa que vai esperar a reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em julho, para decidir sobre cortes adicionais.

Na prática, a nova regra equipara os tablets aos demais produtos de informática e era uma exigência de grandes multinacionais, como a Foxconn, de Taiwan, que vai começar a produzir iPads para a Apple em Jundiaí (SP). Pelos dados da pesquisa Brecha Digital, da Marco Consultoria, o preço médio de um tablet no Brasil, de R$ 1,7 mil, corresponde a 1,1 salário médio. Nos cinco países pesquisados – Argentina, Chile, Colômbia e México completam a lista –, é o segundo maior em dólares.

Marta Sfredo