Vida & Obra


Choderlos de Laclos

Choderlos de Laclos nasceu em Amiens, em 1741, em uma família burguesa. Em 1759, tornou-se cadete da Escola de Artilharia de La Fère. Com 24 anos, começou a escrever versos e tornou-se maçom. Em 1777, foi promovido a capitão e, no ano seguinte, começou a escrever Ligações perigosas, que acabou publicado em 1782. O escândalo causado pelo livro levou à sua transferência para a Bretanha. Em 1789, viu-se obrigado a fugir para Londres. Nos anos seguintes, foi preso e posto em liberdade. Em 1803, foi nomeado comandante da artilharia do exército francês de observação no Estado de Nápoles. No mesmo ano, morreu de disenteria e malária.

Cronologia:

1741 – 18 de outubro, nasce em Amiens, capital da Picardia, no norte de Paris, onde seu pai atuava como funcionário bem situado. Sua família fora enobrecida, sem título, em 1725.

1759 – Com 18 anos, torna-se cadete da Escola de Artilharia de La Fère, no nordeste da França.

1762-63 – A pedido, é recrutado pela Brigada Colonial Francesa, mas a paz de 1763 faz com que não parta para a luta. Transferido para Toule, na França Oriental.

1765 – Transferido para Strasburg. Com 24 anos, começa a escrever versos e torna-se maçom para o resto da vida.

1769 – Transferido para Grenoble, no Sudeste da França, importante capital provincial, com sociedade tida como elegante e cultivada.

1771 – Com 30 anos é comissionado capitão.

1775 – Mencionado pela Loja Maçônica Militar do seu regimento de Toule.

1777 – Promovido a capitão com 36 anos de idade. Recebe apoio para montar uma Escola de Artilharia, em Valence, no vale do Ródano, onde Napoleão seria um dos primeiros alunos. Escreve o libreto da ópera cômica Ernestine, baseado em romance homônimo da sra. de Riccoboni, amiga de sua família, que teve apenas uma apresentação.

1778 – Transferido para Besançon, no Leste da França, onde, com 37 anos de idade, começa a escrever as As Ligações Perigosas.

1779 – Recebe o encargo de fortificar a ilha de Aix, perto do porto e base naval de La Rochelle, no Canal da Mancha. Deixa de escrever de maio até junho do ano seguinte.

1780-82 – Várias licenças em Paris, quando continua a trabalhar nas Ligações.

1782 – Início de abril: as As Ligações Perigosas são publicadas numa edição de dois mil exemplares, que se esgotam em duas semanas. Recebe 1.200 libras. Uma segunda edição aparece quase imediatamente. O escândalo causado pelo livro leva à sua transferência para Brest, na Bretanha, na costa atlântica da França; pouco depois, recebe permissão para retornar a La Rochelle, a fim de continuar a fortificação da ilha de Aix. Começa um caso com Marie-Soulange Duperré (nascida em 1759), filha de um oficial graduado da pequena nobreza, morto em 1775.

1783 – Começa, mas deixa de seguir adiante, seu primeiro ensaio sobre a educação das mulheres, seguido por outro, sobre o mesmo tema, também incompleto.

1784 – Publica crítica, na revista Mercure de France, sobre a tradução para o francês do livro Cecília ou Memórias de uma grande herdeira, escrito por Fanny Burney, em 1872. Nascimento de seu primeiro filho, Etienne, com Marie-Soulange.

1785 – Eleito membro da Academia de La Rochelle.

1786 – Publica carta, dirigida à Academia Francesa, questionando a competência do Marechal de Vauban (1633-1707), tido como a maior e, até então, incontestada autoridade francesa na construção de fortificações. Mais uma vez, sem as simpatias de seus superiores, é transferido para Metz e depois para La Fère. 3 de maio: casa-se com Marie-Soulange.

1787 – Feito cavaleiro da Ordem de São Luiz, um título honorífico concedido por antigüidade.

1788 – Seu desapontamento com a maneira como é tratado pelas autoridades militares aumenta quando não consegue obter o posto de Agregado Militar junto à Embaixada da França na Turquia. Pede baixa definitiva do Exército Francês e instala-se em Paris, onde passa a fazer parte dos assessores do duque de Orleans, primo de Luís XVI. A presença do duque em Paris, onde os reformistas o queriam no lugar do rei, tornou-o centro de intrigas políticas e de agitação revolucionária, nas quais Laclos se viu profundamente envolvido. Freqüenta um ou dois salões parisienses.

1789 – Freqüenta vários clubes revolucionários, mas vê-se obrigado a fugir apressadamente para Londres, com o duque, sob a suspeita de envolvimento da organização de arruaças contra o rei, em Versalhes. Orleans, que conspirava para assumir o lugar de seu primo e assumir o poder como regente, adota o nome de Felipe Égalité.

1790 – Ao retornar a Paris, em julho, ingressa no Clube Jacobino, naquele momento grupo moderado, cujo título original era Sociedade de Amigos da Constituição. Como secretário dos jacobinos, abandona seu titulo de nobreza e passa a ser o Cidadão Choderlos. Propõe que Felipe Égalité seja feito regente, mas logo depois, como os jacobinos tornam-se cada vez mais violentos antimonarquistas, renuncia a suas funções de secretário no Clube Jacobino e deixa de freqüentá-lo.

1792 – Mandado pelo Ministro da Guerra para o Quartel-General do Exército Francês em Châlons-sur-Marnes a fim de auxiliar na organização do exército contra as forças invasoras austro-prussas. Deixa o posto antes da Batalha de Valmy, que faz o inimigo retroceder; readmitido no Exército Francês, como General de Brigada da Infantaria, com a função de Chefe do Estado Maior do Exército nos Pirineus, mas é logo chamado a Paris. Nomeado Governador-Geral de colônia francesa nas vizinhanças do Cabo da Boa Esperança, também essa nomeação é cancelada quase imediatamente.

1793 – Detido com outros partidários de Felipe Égalité; encarcerado, liberado, novamente preso e posto em liberdade. Durante algumas semanas, faz experiências com a bola de canhão oca, que viria a substituir a sólida. 5 de novembro: detido e encarcerado. 7 de novembro: Felipe Égalité é executado. Esperando o mesmo destino, Laclos manda um anel de seus cabelos para sua mulher, como lembrança, e consola-se lendo Sêneca.

1794 – 5 de abril: Danton, protetor de Laclos, é executado. 1o de dezembro: Laclos é liberado. Passa a viver em Paris.

1795 – Nomeado Secretário-Geral das Hipotecas, função que exerce até 9 de novembro (18 Brumário) de 1799, quando Napoleão toma o poder, como Primeiro Cônsul, num golpe do qual Laclos participa ativa e decididamente.

1799 – Pede para ser comissionado General de Brigada da Artilharia.

1800 – Pedido aprovado. Transferido para o Exército Francês do Reno, como segundo no comando da reserva da artilharia. Presente nas batalhas de Biberach e Memmingen. Transferido para Grenoble, como segundo no comando do Serviço de Minas do Exército Francês. Transferido para a Itália. 15 de dezembro: comandante da reserva da artilharia do Exército Francês na Itália.

1801 – Paz entre França e Áustria assinada na Itália. Volta a Paris.

1802 – Nomeado Inspetor-Geral da Artilharia Francesa. Transferido, como Comandante da Artilharia, para Santo Domingo (Haiti), ato tornado sem efeito poucos dias depois.

1803 – Nomeado Comandante da Artilharia do Exército Francês de Observação no Estado de Nápoles, a função de maior importância que até então assumira, com 62 anos de idade. 14 de julho: chega a Taranto, Sul da Itália. 5 de setembro: morre de disenteria, malária e exaustão. Logo antes, carta a Napoleão, atendida, pedindo que amparasse sua mulher e seus filhos, o que o então Cônsul Perpétuo fez, até que ficassem adultos, cada um com sua profissão.

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